Adoro comédias de Natal e lembro como se fosse hoje das minhas risadas ao assistir clássicos como Esqueceram de Mim e Um Herói de Brinquedo.Essas produções eram mais comuns na década de 90 e parecem que foram desaparecendo com o tempo (ou tendo longas mais duvidosos). Isso sempre me preocupou muito, não só por ser uma pessoa nostálgica, mas porque as reuniões familiares são importantes e foram perdendo o seu valor.
Os filmes eram comuns, assim como suas continuações, ainda mais se o primeiro fazia muito sucesso. Os dois primeiros Esqueceram de Mim, estrelados por Macaulay Culkin, são ótimos, mas não posso falar o mesmo do terceiro, quando o elenco mudou. O mesmo ocorreu com Um Herói de Brinquedo. Portanto, seguindo essa lógica, tinha receio de que o mesmo aconteceria com Pai Em Dose Dupla. O primeiro foi muito legal e tinha o roteiro redondo, não precisando ter uma continuação. Mas, aconteceu algo surpreendente: eles pegaram a essência de confusões estilo Esqueceram de Mim e ainda beberam da fonte de outros clássicos filmes de pais, como Entrando Numa Fria, e o resultado ficou super divertido.
Brad (Will Ferrell) é um pacífico padrasto dos dois filhos de Sarah (Linda Cardellini). Após enfrentar uma batalha pelo carinho das crianças com o pai biológico delas, Dusty (MarkWahlberg) no primeiro longa, ele vai lidar com outro problema na sequência: a rivalidade entre seu pai (John Lithgow) e o avô paterno dos enteados (Mel Gibson). O mais incrível aqui é a escolha dos atores e sua química. O timing da comédia está perfeito, não só dos adultos, mas também das crianças. O contraste entre os estereótipos está gritante e é isso que faz a coisa toda funcionar bem. Os melosos e carinhosos, os canastrões, os que necessitam de mais atenção, enfim, todos os tipos estão bem representados. Mas, tem um porém, a mulher nojenta, representada pela brasileira Alessandra Ambrósio, prova que como atriz ela é uma ótima modelo. Para mim, é o ponto fraco do filme.
E o que dizer da cena musical final? Achei que fechou com chave de ouro. Passar o Natal com a família daquele jeito? Ah, pra mim não poderia existir Natal melhor. Com certeza, sua família já passou por dilemas e desafios parecidos, dá pra se identificar em algum momento. Raramente gosto de comédias, pois a maioria trata o espectador como imbecil, mas, dessa vez, o diretor Sean Anders acertou em cheio. É leve, engraçado e a família toda vai se divertir.
Nota: 4,5/5